quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tudo posso...

Atenção, desabafo...
Porcinas, a muito não escrevo, pois andam acontecendo muitas coisas chatas comigo, e eu ando muito chateada, aliás, triste mesmo. Não gosto dessa palavra, tristeza, mas às vezes a gente não tem como fugir dela. Essa fase está demorando a passar, e quando começo a me erguer, acontece outra coisa pra me derrubar de novo.
Vou compartilhar com vocês o que aconteceram nesses últimos meses comigo. Analu teve uma crise (por conta da diabetes), que já não acontecia a mais de 10 meses. Foi de madrugada, e, acordei assustada pra socorrê-la. Escorreguei e levei uma queda feia. No instinto de proteger a barriga, joguei o corpo todo para o lado, além do meu psicológico ter ficado abalado, preocupada com Ana, me machuquei muito, fiquei toda roxa e dolorida.
A partir daí comecei a sentir contrações, que não pararam até hoje.
Depois uma crise financeira nos atingiu. Semana passada bateram na traseira do meu carro, levei um susto enorme, a pressão foi nas alturas, e, antes de ontem, assaltada. Me levaram todos os documentos e mais o dinheiro das contas do mês que tinha saído pra pagar... ninguém merece.
São coisas que acontecem, eu sei, mas está vindo tudo de uma vez, e não sei se é a gravidez, mas ando muito mais sensível do que de costume.
Mas eu continuo firme, uma rocha, que apesar de alguns desgastes da chuva, do tempo, continuo lá forte.
Cada um tem seu jeito de lidar com as desventuras da vida, eu rezo, rezo e rezo.

Cada vez que faço isso, me fortaleço, confio e sigo.
Deus é tão maravilhoso em nossas vidas. Ele nos concede tantas coisas, tantas bênçãos, e, nessas horas temos que parar e olhar pro lado, ver o que Ele nos deu.
Nessas horas você vê que a família se fortalece, porque ela é uma coisa sagrada. Os amigos de verdade estão ao seu lado, esse é um grupo seleto, e, são os que brigam com você para que reaja, não os que aparentemente te apoiam.
Penso que tem outras pessoas com problemas muito maiores que os meus, que não tem o que comer, ou onde morar, nos que estão doentes em hospitais, ou simplesmente não têm ninguém.
E agradeço, agradeço sempre, não dou poderes aos meus problemas, eles passam, como a chuva. E a rocha está de pé, pronta pra mais uma tempestade.
"Tudo posso Naquele que me fortalece"

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Conversa de mãe e filha.

Porcinas, estou indignada! Hoje levei Analu ao dentista, os dentes permanentes dela já estão saindo, nascendo por trás dos de leite, e são monstruosamente grandes.
Levei um susto quando vi o raio X, ela só tem 5 anos, pensei: "tá muito precoce. Se com cinco troca os dentes, com dez tá menstruada!" Bateu o desespero!

E, como uma boca tão pequena cabe dentes tão grandes?
Mas o dentista me tranquilizou e disse que era normal, e, que nasce atrás mesmo pois a língua empurra eles pra frente, e disse pra Analu ficar balançando o dentinho até cair.
Beleza, saí de lá contando pra ela da fada do dente, que quando o dentinho dela caísse era pra ela por embaixo do travesseiro, que a fada trocaria por uma moeda, ela se virou rapidamente e retrucou: "Só uma? Meu dente vale uma moeda? Não dá nem pra encher meu cofrinho! Mãe eu acho melhor vender pra você."

"Ok, quanto tu quer no dente?" "Vou pensar e depois te digo!"
Já pensou, essa menina desse tamanho negociando o dente que vai cair? lascada! Eu dou moeda de graça pra ela todo dia, imagino quanto ela vai pedir no primeiro dente de leite, uma fortuna! Estou criando uma agiota.
Está crescendo a minha princesa, cada dia mais esperta e inteligente. Eu adoro encher ela de mimos e presentes, ainda digo pra ela não contar pro pai senão ele vai dizer que eu sou gastadeira.

Ela vivia me pedindo pra "comprar" um irmão, e eu dizia que estava muito caro, que agora não dava pra comprar. Quando dei a notícia da gravidez, ela duvidou bastante: "Cadê a barriga mãe, você tá grávida mesmo?" No dia seguinte ela me chamou no quarto: "Mãe, vamos conversar sério, senta aqui. Me conta como isso aconteceu, como você ficou grávida?" Engasguei e antes de responder qualquer coisa ela completou: "Pode contar pra mim mãe, eu não conto pro meu pai. Você pegou o cartão dele escondido e comprou o meu irmão!" Caí na gargalhada. "Como você descobriu filha? Nossa você é inteligente mesmo." Ela saiu toda satisfeita.
E tá se achando porque vai se a irmã mais velha, hoje eu disse pra ela: "Tu tais 'véia' mesmo em Teresinha, tem diabetes, colesterol alto e os dentes tão caindo..." ela completou, só falta ficar 'môca'*, mãe!

*Môca é como se chama surda no nordeste.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

9 meses


Porcinas, vim aqui pra falar da gravidez, de como estou me sentindo. Todo mundo fala que é uma delícia ficar grávida, que é lindo, maravilhoso, blá, blá, blá...
Cuidado, esse povo está te iludindo, na verdade é um saco estar grávida! Vou te contar toda a verdade por trás desses nove meses:
No começo, você passa mal, vomita, desmaia, fica fraca. A cabeça, o corpo, tudo dói.

Depois você começa a engordar, come que nem uma porca, os peitos ficam enormes, inchados e doloridos, as pernas doem e enchem de varizes. A gente se sente feia, chata e gorda, tudo é motivo de choro e estresse.
Estou entrando no sexto mês e me encontro nessa fase, ando ciumenta e dramática:" Ninguém gosta de mim"! Venhamos e convenhamos, minhas roupas não me cabem mais, e não consigo mais abaixar pra pegar nada.

Gente não confunde tá, adoro ser mãe, adorei amamentar, criar e etc, mas a parte de ficar grávida me incomoda. Esse negócio de parir é difícil demais, mexe muito com o nosso psicológico. Agora pára e pensa, já não sou muito normal, ainda ando por aí cheia de hormônio? É um perigo!

Ser sexy é uma coisa que não me pertence mais, pelo menos durante o resto do ano. O marido não chega muito perto, mais também nem a melhor langerie dá jeito minha querida.
E aquelas pessoas que nem te conhecem, te param na rua, falam da gravidez delas e ainda passam a mão na sua barriga, como se fosse a coisa mais normal do mundo?
São nove meses que custam a passar. É legal sentir o neném mexendo, mas na maior parte das vezes dói. Fora a pressão que ele faz na bexiga e toda hora você vai no banheiro.
A gente fica ansiosa ao extremo, caça briga com todo mundo e acha ruim porque quer atenção, e quando te dão atenção, acha ruim também.
Quando Analu nasceu tive tristeza pós parto, me senti muito estranha, era como um buraco, um vazio. E não se engane, os primeiros dias pós parto são horrorosos. E amamentar então... O neném parece uma maquina de sucção, o peito dói, fica machucado e quase não sai leite. Ele chora a noite toda, até que depois de uma semana você se transforma numa vaca, sai tanto leite, que se colocar um balde do lado, enche em cinco minutos, e você não faz mais nada na vida a não ser amamentar, comer. Ah, e dormir só às vezes.

Talvez vocês achem que eu estou exagerando mas afinal, estou grávida! E gravidez só é bom, depois que passa! Quem é porcina sabe!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Meu trabalho!


Faz muito tempo desde meu último post, e aconteceram várias coisas desde então. Minha casa ficou pronta, fiquei grávida, viajei, voltei, viajei novamente...
Bom, ando encontrando pessoas que eu não via à muito, e, sempre me perguntam: Jú, que tu andas fazendo? Tá trabalhando em quê? Não está mais pintando, nem criando?
Minha gente o que mais eu tô fazendo é criar, e, procriar também!
A notícia da gravidez foi uma grande surpresa, surpresa não, foi uma bomba. Achei que não estava na hora, faltam umas coisas ainda pra fazer na casa, estava me programando para estudar de novo, um monte de coisas. Mas confio em Deus e sei que o Tempo é Dele, não meu.
Perguntam também da minha carreira... (só se for carreira na Analu que eu tô dando todo dia porque ela tá "o cão chupando manga", ô menininha que puxou a mãe!)
Minha carreira, meu trabalho, no momento está focada na minha família, pelo menos eu não tenho chefe!

Aprendi a ter mais paciência e aceitar coisas que eu não posso mudar, amadureci me tornando mãe, mais ainda quando Ana teve diabetes. Aceitei que eles dependem e precisam de mim, e tudo que eu faço reflete na vida deles, é uma responsabilidade enorme que eu aceitei, mas também sei que é uma troca. Eu amo muito, "nunca antes na história desse país" amei tanto, mas também sou amada. Eu trabalho muito, sem remuneração, sem férias, sem finais de semanas livres, 24 horas por dia.

Quando me fazem essas perguntas e respondo que não trabalho, Analu corrige, ela trabalha lá em casa. De certo tô construindo a Capela Sistina!
Pois é porcinas, sou uma artista e continuo criando, criando vida, criando caráteres, criando pessoas. É um trabalho árduo, mas gratificante.
Hoje, deitada com Ana e sentindo o bebê mexer,

admirando minhas obras primas, que, a cada dia vão sendo modeladas e esculpidas, lembro-me de um dizer de Leonardo da Vinci: "Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça."