quinta-feira, 30 de maio de 2013

Um ano...

Porcinas, hoje quero falar do meu Luiz, hoje faz exatamente 1 ano que eu descobri que ele também tinha diabetes. Sim, porque Analu convive com isso há 5 anos. E, só agora comento sobre isso aqui com vocês pois como foi um momento muito difícil, é desconfortável para mim revivê-lo. Resolvi compartilhar com vocês esse momento:
Estava trabalhando com a MK há quatro meses e fechando o meu diretorado. Luiz estava com 11 meses, e, como eu saia a tarde para trabalhar ele ficava na casa da Fernanda, mãe da amiguinha de escola da Ana. E nesse dia o filho dela estava doente e ela preocupada, pediu que o Luiz não fosse para não ficar doente também. Então saí com ele a tarde e notei que a fralda dele enchia  muito rápido, tive que trocá-la muitas vezes e que ele estava com uma fome estranha e choramigava muito.
Na hora me veio na cabeça que ele estava com diabetes, mas não quis acreditar naquilo e logo desviei esse pensamento. Só que a cada hora que passava, esse comportamento estranho dele me incomodava, meu coração dizia que alguma coisa errada estava acontecendo.
Olhava o relógio a todo instante para poder pegar a Analu na escola, queria tirar aquilo da minha cabeça e resolvi medir a glicose dele com o aparelho dela. Eu estava sozinha em casa, pois Davi tinha viajado a trabalho para São Paulo e já fazia um mês que estava lá.
Cinco e meia da tarde peguei Ana na escola. Lá algumas pessoas falaram comigo, mas eu estava tão focada em descobrir o que estava acontecendo com meu filho que não dei atenção a ninguém, deixei até a professora falando sozinha.
Assim que chegamos em casa sentei no chão da cozinha, abri a mochila dela, peguei o aparelho e furei o dedinho do Luiz. Quando apareceu 535 eu comecei a chorar copiosamente. Uma tristeza profunda me invadiu. Não queria acreditar que aquilo estava acontecendo.
Demorei cinco anos para ficar grávida de novo, a médica da Analu sempre dizia para eu ter outro filho, que a probabilidade dele ter diabetes era uma em não sei quantos milhões, que era quase impossível, pois diabetes tipo 1 não é hereditário. E não é mesmo, mas nesse dia eu fui sorteada.
E ali chorando, sentada no chão da cozinha, olhando para os meus dois filhos eu comecei a rezar, para pedir forças, para pedir consolo.
Logo Analu, com toda a sabedoria de uma criança, virou-se para mim e disse: - Por que você está chorando mãe? Meu irmão só está com diabetes!
Sorri, olhei nos olhos dela, engoli meu choro e respondi: - É verdade filha, mas a mamãe não está chorando por causa disso não, a mamãe só não queria que ele fosse para o hospital e passar por tudo que você passou, seu irmão é tão pequenininho.
-É mesmo mãe, ficar no hospital levando agulhada toda hora é muito ruim.
Chorei mais ainda, só de pensar no sofrimento que ele iria passar. Me percebi sozinha, sem família nem marido por perto. Mas isso durou meio minuto, logo me levantei, enxuguei as lágrimas e comecei a agir.
Liguei para a pediatra dos meninos, ela me instruiu a levá-lo ao hospital, pois ele teria que ficar internado. Eu até cogitei de ficar com ele em casa, já que eu tinha insulina e o aparelho. Mas ela disse que tinha que descobrir a quantidade de insulina certa para ele.
Então liguei para Ana, minha amiga de todas as horas, contei o que estava acontecendo e ela prontamente me encontrou no hospital junto com Valmir, marido dela. Ela levou Analu para a casa e cuidou da minha filha. Os dois me deram um apoio fenomenal e sou muito grata a tudo, agradeço e peço a Deus por eles todos os dias, pois me estenderam a mão quando eu mais precisei.
Liguei para o Davi e ele chorou muito, ficou louco lá em São Paulo, correu pra rodoviária e ficou lá esperando um ônibus pra voltar pra casa.
Passei a primeira noite com o Luiz toda rezando,não consegui dormir, ele ainda mamava em mim, mas incrivelmente meu leite secou nessa noite.
Pela manhã Linda e Michelline, minhas grandes companheiras foram me ver e levaram café da manhã para mim.
Não demorou muito, Davi chegou desesperado, me abraçou forte e chorou sem parar.
 Dr. Carlos, meu obstetra, que trouxe o Luiz ao mundo chegou logo depois do Davi. Disse que quando liguei para a Dra. Cássia, pediatra, ele estava ao lado, e, chegou lá com a esposa dele, Dra. Thaís, endocrinologista. Ela acompanhou o Luiz até a alta e não cobrou nada por isso.
Naquele dia, naquele momento, não tinha minha família ao meu lado, mas Deus me enviou anjos. Amigos de verdade que tenho gratidão eterna. Obrigado por tudo gente, sei que vocês vão ler isso hoje. Deus abençoe vocês sempre. Obrigado por serem meus AMIGOS e por existirem em minha vida.
E o Luiz, está aqui dormindo ao meu lado, nem sabe ainda o que é diabetes, mas tem uma irmã expert no assunto, um  grande exemplo como todo irmão mais velho. Um bom dia para vocês Porcinas e até logo!

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